segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Cigarra e a Formiga Século XXI




Desta vez deixo aqui uma fábula, que já foi escrita à cerca de 2.500 anos, embora tenha sido readaptada e popularizada no século passado pelo Gaulês do Fontanário.
Mas neste momento está a ficar desactualizada e teve que ser readaptada para o século XXI, aqui deixo a melhor versão que li.


"O conto "A cigarra e a formiga" versão Portugal 2020.

A formiga trabalha no duro o ano todo, constrói a sua casa e acumula provisões para o Inverno. 
Enquanto isso, a cigarra passa os dias no ginásio, no café, no cabeleireiro ou a arranjar as unhas de gel.
As noites são em festas ou em bares com as amigas.
Chegado o inverno, a formiga refugia-se em casa onde tem tudo o que precisa até á primavera.
A cigarra, cheia de frio e de fome, vai ao programa da manhã queixar-se à Cristina Ferreira que não é justo que a formiga tenha direito a casa e comida quando outros, com menos sorte que ela, passem frio e fome.
A CMTV não perde a oportunidade e faz um directo à porta de casa da formiga, passando imagens da formiga ao quentinho com a mesa cheia de comida.
O povo fica revoltado ao saber que o seu país, dito desenvolvido, deixa sofrer a pobre cigarra enquanto que outros andam a viver à grande e à francesa.
É organizada uma marcha de apoio à cigarra.
É feito um episódio especial do Prós e Contras - RTP onde se questiona como é que a formiga enriqueceu às custas da cigarra. De um lado da bancada, os defensores da igualdade (pró-cigarra). do outro lado, os sem-coração (Que defendem a egoísta e insensível formiga)
Em resposta às mais recentes sondagens. O governo prepara uma lei sobre a igualdade económica com efeitos retroactivos (desde o verão) 
Os impostos da formiga aumentam consideravelmente e ainda incorre numa multa por não ter prestado assistência à cigarra. Os descontos da segurança-social também sobem, de modo a ser justamente partilhados com a cigarra.
A casa da formiga é penhorada pela finanças por não ter conseguido pagar os impostos.
A formiga, decepcionada, faz as malas e emigra para um país onde o seu esforço seja reconhecido e onde possa desfrutar dos frutos do seu trabalho árduo.
A antiga casa da formiga é convertida numa habitação social para cigarras. Que, irresponsavelmente, não param de fazer filhos e que vivem de doações de comida, cerveja e de coca-cola. O pouco que recebem dos descontos da formiga mal dá para os bens essenciais, como por exemplo sapatilhas da Nike e telemóveis última geração.
A casa deteriora-se por falta de cuidados. 
O governo é fortemente criticado pela falta de meios colocados à disposição da cigarra, que vive agora em condições quase desumanas.
A oposição propõe uma comissão de investigação multi-partidária que custará milhões de euros.
Entretanto a cigarra morre de overdose.
Os media garantem que a morte da cigarra deveu-se à falta de apoio social por parte do governo, que falhou em acabar com as desigualdades sociais e a injustiça económica.
A casa acaba por ser ocupada por uma família de aranhas imigrantes. traficantes de droga e que aterrorizam a vizinhança.
O governo felicita-se pela diversidade cultural de Portugal"

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Movimentações

Como a inspiração tarda em aparecer, volto a publicar um texto que li na internet, de autor desconhecido. 
Vem este a propósito da proliferação de movimentos que vemos hoje em dia.
Quero deixar bem claro que concordo plenamente que devemos lutar contra o que achamos não estar correcto, desde que civilizadamente e sobretudo com BOM SENSO !

Aqui vai !

"Filho descobri estas coisas no teu armário...
- Qual é o problema de eu ter uma máscara do Anonymus e um taco de Baseball ?
-Tu usas isto?
- Não... quer dizer, às vezes.
- É que eu estou a precisar, emprestares-me ?
- A precisar..?  Para quê?
- É que eu li as coisas que tu tens escrito na internet...
- Andas a ler o meu Face ?
- Qual é o problema, não é publico?
- É, mas...
- Pois é, eu li o que escreveste, e...
- Pai, eu sei que não gostaste do que lá escrevi, mas não vou discutir, são as minhas ideias...  Eu tenho 27 anos !  Sou anarquista, e...
- Não !  Eu achei bem !  convenceste-me.
- Convenci ?? De quê ?
- Está mesmo tudo errado !  Tu fizeste bem em nunca ter trabalhado.  Eu li o que  escreveste e concordo.  Agora eu sou anarquista também, como tu!
- O quê ??  Pai, que história é essa?!  Estás maluco ??
- Convenceste-me !  Tenho que partir tudo !  Agora eu sou “Old Black Block”!!
- Pai, não podes !!  És director de uma empresa enorme !  E...
- Já não sou, deixei o meu emprego, e mandei o meu chefe para o c ...  Mandei toda a gente para o c ...
- Pai, não podes deixar o emprego, estás lá há 30 anos !  Isso é um absurdo !
- Posso sim, aliás já estou a juntar um grupo de amigos para ir lá e partir tudo !
- Partir tudo onde ???
- No meu trabalho, vamos partir TUDO!  Abaixo a opressão !  Abaixo tudo !  Sou contra TUDO !!
- Você não pode fazer isso Pai !
- Posso sim !  É só emprestares-me a máscara e o taco de Baseball.  Vens comigo ?
- Não, acho melhor não...
- É melhor vires também, porque agora que eu deixei tudo, vamos ter que sair desta casa.
- Sair daqui? E vamos morar onde ??
- Sei lá !  Vamos acampar á frente de uma empresa Capitalista qualquer e exigir o fim do Capitalismo !
- Pai, você não pode fazer isso, não pode abandonar tudo !
- Estou indo, fui !
- Espera Pai !  Paai !  E a minha mesada, e o meu carro ?  Onde vou morar ?? E as minhas férias em Ibiza ?  As minhas roupas de marca ?  E o meu computador, o meu tablet ?  E a minha internet de fibra ótica ?  Volta aqui !  Volta aqui, Pai !  Voooooltaaaaaaa !!!

Como dizia Margaret Thatcher: “A vida para alguns é muito boa, mas só enquanto durar o dinheiro... dos outros.” "

Era bom que estes “rebeldes” de hoje pensassem um pouco primeiro em todas as mordomias que têm como dado adquirido. Porque é que as têm e se estavam preparados para abdicar delas, antes de se manifestarem.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Feliz XX XX

Já há alguma tempo (anos) que queria publicar alguma coisa, mas a inspiração não tem aparecido. Vou assim publicar um texto que li algures, e não sei quem é o autor. Acho que reflecte bem o que sinto, e assim pode ser que venha a inspiração para escrever algo.

" Uma vida simples, com prazeres singelos. Parece atraente?
Para alguns, a poesia da vida simples é uma aspiração. Não são muitos, mas aumenta a cada dia os que buscam um estilo de vida mais despojado.

Enquanto a grande massa se mostra adepta dos benefícios oferecidos pelas cidades, aos poucos o homem se mostra cada vez mais cansado da rotina urbana, enlouquecedora.

Poluição, engarrafamentos, ruídos.
A floresta de edifícios a se perder no horizonte, escondendo céu e sol.
Tudo isso contribui para os estresses e angústias do homem contemporâneo.
Quando jovem, é natural que as pessoas desejem os desafios e facilidades das cidades, que oferecem objetos de desejo a cada esquina.

São as maravilhas da tecnologia, os bares da moda, as roupas de grife, os belos escritórios, as carreiras.

Tudo isso exerce tremendo fascínio.
Mas, aos poucos, é possível observar que esse modelo está se esvaziando.
Um certo cansaço começa a ser notado.

Uma expressão vem ganhando espaço: qualidade de vida.
São cada vez mais numerosos os que desejam voltar aos ideais de uma vida simples, uma casa no campo, um contato mais estreito com a natureza.

Querem respirar ar puro, ver um pôr-do-sol dourado, passar noites de tranquilidade em uma rede preguiçosa, manter conversas de fim da tarde.
A sensação que se tem é que a Humanidade, afinal, começa a perceber que a vida é muito mais do que prazeres passageiros.
As razões para o esgotamento do modo de vida urbano são o consumismo desenfreado e a sensação de estar numa corrida permanente.

No trabalho, o desafio é a competitividade, que atropela o ser humano e o consome, transformando-o em peça de uma fria engrenagem.

É um processo perverso, que suga as energias, estimula ciúmes e transforma em inimigos os que deveriam trabalhar em harmonia.
E uma pergunta costuma ser feita por quem está nessa roda-viva: Dá para viver com simplicidade nas grandes cidades?

É possível conciliar as exigências de uma carreira, da vida social e da família com uma rotina mais amena?
A resposta é…
Sim!
É possível conciliar tudo isso.
Não é tarefa muito fácil, mas pode ser realizada.

Isso porque a simplicidade não é feita de demonstrações exteriores.
Ela é um estado de espírito.
Não precisamos nos vestir de trapos, nem abrir mão de uma vida normal para ser pessoas simples.

A simplicidade está em viver a vida sem exigências descabidas.
Quem opta pela simplicidade, descomplica o dia-a-dia.
Muitas vezes nos perdemos em detalhes completamente desnecessários.

E, com isso, tornamos insuportável a nossa vida e a dos outros.
Observe com atenção e você perceberá: fazemos exigências demais por causa de coisas mínimas, das quais nem nos lembramos depois de algum tempo.
Por isso, a opção de viver com simplicidade é, antes de tudo, um jeito de agradecer a Deus pelo que recebemos.

Simplicidade é ter sonhos.
Mas, se eles não se realizam por alguma razão, ainda assim a vida não perde a graça.
Ou seja, apesar das tempestades, o contentamento permanece inabalável.

Quer ser feliz?
Seja simples.
Experimente o prazer das coisas que estão ao seu redor!
Olhe para o céu, veja as nuvens tingidas de ouro no infinito azul.

Ouça o som das risadas espontâneas, sinta o frescor de um copo de água, o sabor de uma fruta, a serenidade de uma noite bem dormida.
Veja a beleza de livros e canções.
Quem disse que não há prazer nas coisas pequeninas que Deus pôs ao nosso alcance? "